Um vídeo de uma médica grávida tomando vitaminas na veia durante a gestação reacendeu um velho dilema: até onde vale apostar em métodos não comprovados em nome da saúde do bebê? A postagem viralizou nas redes e popularizou o chamado “Protocolo Superbebê” — um coquetel de suplementos que promete turbinar o QI da criança e reduzir riscos de autismo.
O tratamento inclui doses orais e intravenosas de várias substâncias, algumas sem indicação clara para gestantes. A ideia é que a suplementação intensiva ajude no desenvolvimento neurológico do feto ainda no útero. Mas a teoria foi rebatida com força por especialistas.
A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) classificou o protocolo como charlatanismo. Em nota oficial divulgada na 4ª feira (15.mai), a entidade alertou que práticas assim podem causar desde reações alérgicas graves até malformações fetais. O Cremesp também se posicionou contra, citando os riscos de infecções e tromboses.
Apesar de suplementos como ácido fólico, ferro e vitamina D serem amplamente recomendados, o uso por via intravenosa sem indicação clínica pode ser perigoso. E a ideia de “aumentar o QI” do bebê com vitaminas é considerada infundada — o desenvolvimento cognitivo depende de fatores genéticos, ambientais e estímulos após o nascimento.
A orientação oficial é clara: gestantes devem seguir acompanhamento médico, com suplementação baseada em evidências e nas necessidades individuais de cada caso.
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