José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai e um dos líderes políticos mais admirados do século XXI, faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, em sua residência nos arredores de Montevidéu. A causa foi um câncer no esôfago, diagnosticado em 2024 e que se agravou nos últimos meses. Em janeiro deste ano, Mujica anunciou que não faria mais tratamento e optaria por cuidados paliativos.
Mas o que faz do adeus de Mujica um momento tão marcante para o mundo?
Além de ex-guerrilheiro e sobrevivente de 14 anos de prisão durante a ditadura militar uruguaia, Mujica entrou para a história por algo raro na política: a coerência. Ele governou o Uruguai entre 2010 e 2015 sem abrir mão de sua simplicidade — vivia em uma chácara modesta, dirigia um Fusca azul e doava cerca de 90% do seu salário para projetos sociais.
Durante seu mandato, aprovou leis pioneiras como a legalização da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a descriminalização do aborto, transformando o pequeno Uruguai em um símbolo de progresso social na América Latina.
Sua forma de falar também chamava atenção: direta, humana e cheia de reflexões. Em um famoso discurso na ONU, disse que o consumo desenfreado estava “matando o planeta” – e viralizou.
O atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, confirmou a morte de Mujica nas redes sociais. Líderes de todo o mundo prestaram homenagens. O governo brasileiro, em nota oficial, o chamou de “um exemplo raro de ética e humanidade na vida pública”.
Pepe Mujica foi chamado de “o presidente mais pobre do mundo”, mas talvez seja mais justo dizer: o mais rico em princípios.
Deixe um comentário