Com inflação ainda em alta, governo aposta na digitalização para modernizar a economia.
Enquanto a inflação brasileira pressiona o custo de vida – com destaque para o aumento persistente dos preços dos alimentos – o governo federal aposta na tecnologia para transformar o sistema financeiro. A iniciativa mais ambiciosa até agora é o Drex, a nova moeda digital oficial do Brasil, desenvolvida pelo Banco Central.
O Drex é uma Central Bank Digital Currency (CBDC), ou seja, uma versão digital do Real que será emitida exclusivamente pelo Banco Central e distribuída por bancos e instituições financeiras autorizadas. Embora o projeto ainda esteja em fase piloto, a expectativa é que a moeda entre em operação nos próximos anos, mudando a forma como brasileiros lidam com o dinheiro.
Mais do que um substituto digital do papel-moeda
Diferentemente de criptomoedas como o Bitcoin, o Drex será regulamentado pelo Estado e manterá o valor do Real. Ele permitirá transações digitais com mais segurança, agilidade e transparência, sendo útil em pagamentos diários, transferências, contratos inteligentes e até negociações de ativos digitais.
A infraestrutura do Drex utiliza tecnologia DLT (Distributed Ledger Technology), semelhante ao blockchain, o que garante rastreabilidade e menor risco de fraude. Além disso, será compatível com o Pix, permitindo automações e pagamentos programáveis — uma inovação sem precedentes na atual estrutura bancária.
Impactos econômicos e posicionamento global
Com mais de 60 países experimentando suas próprias moedas digitais, o Brasil busca se posicionar como líder na transformação digital da economia. Segundo o Banco Central, a digitalização deve reduzir custos operacionais no setor bancário e ampliar o acesso da população a serviços financeiros.
Contudo, especialistas apontam que o sucesso do Drex dependerá da adesão das instituições e da confiança do público. Transparência, regulamentação clara e educação financeira serão cruciais para evitar desinformação e riscos.
E o bolso do brasileiro?
Embora o Drex tenha surgido em um cenário de inflação alta – o IPCA projetado para 2025 é de 5,51% – a moeda digital não tem como objetivo o controle direto dos preços. Ainda assim, ao promover um sistema financeiro mais eficiente, pode ajudar indiretamente na estabilização da economia a longo prazo.
O lançamento do Drex sinaliza um novo capítulo na história monetária do Brasil. A promessa é de um dinheiro mais moderno, acessível e adaptado às novas necessidades digitais do século XXI.
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