Confirmação do primeiro foco comercial da doença no Brasil provoca reações no mercado internacional e acende alerta no setor avícola.
O Ministério da Agricultura confirmou nesta sexta-feira (16) o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A detecção do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) provocou reações imediatas: a China suspendeu as importações de carne de frango brasileira por 60 dias, e a União Europeia também interrompeu as compras provenientes do estado gaúcho. Outros países, como Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, adotaram restrições regionais.
O que é a gripe aviária?
A gripe aviária é uma infecção viral altamente contagiosa entre aves, causada por subtipos do vírus Influenza A, especialmente os H5 e H7. Apesar de raro, o vírus pode infectar humanos, especialmente em casos de contato direto com aves doentes. A doença causa elevada mortalidade nas granjas e representa risco econômico e sanitário relevante.
Respostas imediatas
Com a confirmação do foco, o governo brasileiro adotou medidas emergenciais para conter o avanço do vírus:
- Isolamento da propriedade afetada;
- Abate sanitário das aves contaminadas;
- Monitoramento e restrições em um raio de 10 km;
- Declaração de emergência zoossanitária por 60 dias no estado.
O Ministério também intensificou a vigilância em granjas comerciais e propriedades vizinhas, como forma de evitar a disseminação da doença para outras regiões.
Impacto nas exportações
O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, com mais de 150 países como destino. A China, principal compradora, representou uma fatia significativa das exportações em 2024, e a suspensão das compras gera preocupações quanto à estabilidade do mercado. O Rio Grande do Sul, responsável por aproximadamente 11% da produção nacional, é diretamente afetado pelas restrições.
Analistas apontam que o embargo chinês e europeu, mesmo que temporário ou regionalizado, pode pressionar os preços no mercado interno e afetar a renda de milhares de produtores integrados à cadeia avícola.
Consumo seguro e perspectivas
Apesar do surto, o consumo de carne de frango e ovos segue seguro para a população. O vírus não sobrevive ao cozimento e não é transmitido por meio da ingestão dos alimentos.
O governo trabalha para demonstrar que o foco está controlado e que o Brasil mantém rigorosos protocolos sanitários. A expectativa é que, com a transparência nas ações e a eficácia da contenção, os embargos sejam suspensos antes do prazo estimado.
A situação segue sendo acompanhada com atenção por autoridades, setor produtivo e mercado internacional. O episódio serve de alerta para a importância da biosseguridade nas granjas e da articulação diplomática para minimizar prejuízos. O Brasil aposta em sua estrutura sanitária e na confiança construída com os parceiros comerciais para retomar as exportações o quanto antes.
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